sexta-feira, 10 de junho de 2011

Crónica Semanal #28


Por às sexta-feira, junho 10, 2011


Conciliar na perfeição as diversas áreas artísticas num resultado de perfeita harmonia exige um esforço de génio, assim como uma dedicação que não permite barreiras de qualquer ordem.

Desde Marilyn Monroe que um “casamento” entre artes não era alcançado com tal glamour , embora no caso específico de Lady Gaga se possa afirmar sem grandes receios que a superioridade da intercomunicabilidade conseguida no panorama das artes seja mesmo mais intensa e profunda, com elementos muito para além do superficial, tocando nas chagas da nossa sociedade de um modo que apresenta tanto de sublime quanto de eficaz.

Na gala destinada a atribuir galardões no mundo da moda (Fashion Awards), Gaga teve a sua aparição qual figura sobre-humana, inalcançável, tida quase como uma projecção de todo um conjunto de figuras icónicas que acompanharam a humanidade contemporânea nos seus momentos mais marcantes…A moda é aqui um meio de consumar uma mensagem que não se pode, nem deve, prender no banal, elevando o estatuto de Gaga enquanto mulher a um novo patamar no qual o feminismo (homenageado em Sheisse), assume uma nova categoria: não ameaçadora -que preconiza uma separação radical assente no ressentimento relativamente ao sexo oposto - mas sim uma categoria conciliadora, disposta a mostrar a posição feminina enquanto representante de um género que, embora espezinhado com base num preconceito secular, conseguiu sempre pautar-se pela sua coragem e pelo seu valor enquanto género gerador de vida e amor, capaz de se erguer de um quase anonimato opressivo para o palco do sucesso pessoal e profissional.

A ascensão de Lady Gaga, bem como o seu somar de prémios, personificam não apenas o seu sucesso e a sua coragem, mas as histórias e vitórias de todos os seus Little Monsters, que, de um modo bastante poético, surgem como um paralelismo à própria história do feminismo conciliador e verdadeiro, que se ergueu também ele do preconceito e triunfou subjugando o ódio!

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